Othon
Guerlac foi o primeiro a solicitar os direitos para traduzir Up from Slavery
e sua tradução para o francês foi lançada 18 meses depois. Mas, antes disso, a
autobiografia de Washington já tinha sido publicada em espanhol cubano. Também
foi traduzida para o alemão, norueguês, sueco, espanhol cubano. Também foi
traduzida para o alemão, norueguês, sueco, dinamarquês, holandês, finlandês,
espanhol e russo, e houve notícias de edições em árabe, zulu, hindi, malaio,
chinês e japonês. Saiu ainda em Braille em 1903.
Graciliano
Ramos é mais conhecido no Brasil como o autor de Vidas secas. Apesar de
ser um escritor de renome, sua abordagem à arte da tradução era mais mercenária
que literária. Segundo seu biógrafo Dênis de Moraes, ele
cedeu mais de uma vez “à tentação de endireitar a prosa alheia”:
Já ao traduzir Memórias de um negro em 1940, dizimara dois
capítulos de Booker Washington e eliminara, sem piedade, períodos inteiros. E
ainda vangloriava-se da façanha:
– O homem
vinha direito, umas observações ótimas, de repente se estrepava todo. A todo instante,
repetia ideias, usava palavras desnecessárias, fazia círculos de peru. Cortei
uma infinidade de asneiras, e ainda ficaram muitas. Negro burro.
Fonte: Gledhill, Sabrina. Travessias no Atlântico Negro: reflexões sobre Booker T. Washington e Manuel R. Querino. Salvador: Edufba, 2020, p. 193-194.
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